
Heroes se despede de 2009 com um episódio de bons momentos, mas deixando para trás um de seus protagonistas. A trama vem sofrendo precariamente com argumentos repetitivos, enquanto bons personagens não recebem a atenção necessária. Está na hora de mudanças drásticas.
Goodbye Nathan
Como já era previsto, Nathan deixa a série definitivamente. Ele passou por vários momentos de “quase morte”, sendo queimado pela explosão nuclear de Peter na primeira temporada, depois recebendo vários tiros do Peter do futuro ao final da segunda temporada. Colocar a vida de Nathan em risco já começou a virar algo batido, mas eles finalmente se rendem e despacham o personagem quando Sylar o mata ao final da terceira temporada. Ou não. Mesmo depois de morto, Nathan volta a série no corpo do próprio Sylar. Foi algo que gerou algum estranhamento dos fãs, já que explicar tal fato apenas pela ficção científica ficava complicado. Mas mesmo assim, Nathan ainda teve sua importância na série, só que dividindo o mesmo espaço de Sylar, literalmente, só poderia resultar em uma coisa: ele não iria ficar por muito tempo.
A insistência de Peter representou um sentimento talvez até dos próprios roteiristas em ainda manter Nathan por perto a qualquer custo. Nathan foi muito mal aproveitado na série, assim como tantos outros personagens que foram embora mais cedo. Sua conexão com a política poderia render muito a série, mas parece que seus criadores se esqueceram disso. A despedida de Nathan foi triste mas necessária, já que ele estava mesmo morto faz tempo.
A luta de Peter
Depois da primeira temporada, essa foi a melhor para Peter. Ele esteve mais esperto do que antes, mais precavido, mais útil, seguindo o caminho de um verdadeiro herói. Porque apesar do nome da série ser este, “heróis” são poucos os que podem ser chamados disso Claire salva um bombeiro na primeira temporada, e depois? Somente Hiro teve esse tipo de preocupação. E agora Peter consegue alcançar isso. Me fez lembrar do que Bennet disse em algum momento dessa temporada “Quando é que eu realmente ajudei alguém?”. Falta muito disso em Heroes. Infelizmente a série vem caminhando irregularmente sem definir sua identidade, querendo apenas ver seus números de audiência subir sem fazer o esforço necessário para isso.
Peter pegou o poder do Haitiano, se preparou, partiu pra cima de Sylar, bateu dele sem dó, como ele merecia a muito tempo. Mas ainda não conseguiu sua vingança.
Essa fase de Peter é uma das poucas coisas que ainda remetem ao espírito inicial da série. Se você reparar nas outras histórias verá apenas mais do mesmo.
Bennet de volta a caçada
Uma das melhores coisas que Noah Bennet faz nessa série é ser o homem da Companhia. Ele não pode parar de fazer o que de melhor faz. Sua busca a Jeremy foi um bom exemplo disso, e agora com Lauren só reforça essa teoria. Tendo uma parceira ao lado dele seria perfeito ve-lo de novo na tal nova Companhia de que se falou no começo da série, mas que nunca chegou a acontecer. Se encaminharem a série para esse sentido, seria muito mais interessante do que essa busca sem cabimento de Samuel.
Claire e o Carnival
São quase 4 anos com o mesmo dilema “Eu quero viver uma vida normal”. Uma, duas temporadas, até que vai, agora passar quatro anos se queixando da sua falta de normalidade é demais. Inclusive usaram o gancho para fazer Claire querer ser parte de uma comunidade de estranhos como ela. Sendo que ela veio de uma família onde todas as pessoas tem ou tinham poderes. E sua família adotiva já está mais do que habituada com isso. É pura falta de história para Claire.
Samuel mais uma vez fez seu jogo de manipulação funcionar perfeitamente. Se fez de coitado, brincou com as crianças, discursou sobre a união e o amor, mais parecia que estava concorrendo a Miss Universo, e Claire simplesmente não desconfiou de nada. É um absurdo atrás do outro. Até mesmo a Gretchen tava mais ciente do que a Claire naquele momento. Ela que horas antes havia incentivado Claire a ir atrás do circo. Contradições a todo momento.
Concluindo
Apesar dos apesares foi um episódio “assistível” com bons momentos de ação. O pesar é que Sylar está livre e solto mais uma vez, sabe-se lá agora com quais objetivos. Nathan se despede com um discurso que poderia estar se referindo a própria série, e se os rumores forem confirmados, essa realidade não estará muito distante.
Os outros personagens sumiram mais uma vez. Hiro, Matt, Mohinder e Tracy foram esquecidos já faz algum tempo. Hiro só aparece pra reclamar com Samuel sem fazer mais nada. Matt desapareceu depois de que Sylar conseguiu se livrar dele. E o Mohinder, motivo pelo qual Samuel descobre seu poder em potência e por isso inicia seu plano estranho, só apareceu até agora para fazer besteira.
Sinceramente pessoal, sei que alguns acham que eu reclamo demais da série, que a coisa não está tão ruim assim, mas realmente não dá. Me digam onde está o lado bom disso tudo? Onde a história está mais empolgante? Onde não há repetição de argumentos? Está complicado. São poucos os momento da série que são coesos, que fazem sentido. Quantas vezes eles terão que tentar matar Sylar? Quantas vezes Claire irá fazer o oposto do que seu pai fala? Quantas vezes mais veremos Mohinder piorar as coisas? Quantos mais poderes serão alterados para corrigir algum erro dos roteiristas? Quanto mais erros serão cometidos por falta de atenção nos detalhes?
Nenhuma série é perfeita, errar é humano e insistir nele, bom, vocês sabem. Mas proponho seriamente a me responderem a essa questão,
“O que há de bom na série agora?”. Para mim somente o que diz respeito a Peter foi digno de ser assistido, de resto foi muito pouco o que se salvou, infelizmente.