Raio-X Fugitives - Parte 1

Depois de 12 episódios, Fugitives chega ao fim, fechando mais um arco da trama de Heroes. O volume que começou com boa audiência e grandes expectativas ainda não atendeu ao que os fãs procuravam, mas renovou o compromisso da série com seu público mais fiel.

Quase todos concordam: Fugitives pode não ser a pior nem a melhor saga de Heroes, mas foi a mais afetada pelos índices de audiência. Foi a saga menos vista e a que deixou mais opiniões divididas. Se por um lado ela conseguiu se focar mais no curso de suas histórias, por outro ainda pecou ao cometer alguns dos erros já cometidos no passado, como a falta de atenção aos pequenos detalhes e a falta de explicações para várias coisas que aconteceram. É esse tipo de coisa que ainda deixa alguns fãs com o "pé atrás".


O Início

Algo que os roteirista fazem muito bem, até agora, é o início de cada saga. Os primeiros episódios de todas elas, foram bem escritos, bem formulados e encaminham a trama para algo bem empolgante. O problema é que, toda a expectativa gerada no começo nem sempre é correspondida com o passar dos episódios. Isso aconteceu em parte neste volume, explicaremos isso melhor adiante. Mas a primeira cena, com Tracy sendo sequestrada, foi muito boa. Além do elemento surpresa, o suspense gerado foi muito bem feito, deixou bem demarcado o início da caçada que tomou conta do volume.

Outra boa sacada foi a retomada da vida coditiana dos personagens, algo que não viamos desde o volume 1. Poucos ainda tinham emprego, outros nem tinham uma casa sequer (como o Peter por exemplo) e estavam o tempo todo correndo atrás de algo. Um dos pontos fortes de Heroes foi mostrar como pessoas comuns lidam com poderes extraordinários. Essa dualidade era um ponto forte da trama, era algo que deveria estar sempre presente e foi se perdendo com o passar do tempo.


A caçada

Uma das melhores cenas da temporada foi com certeza a que todos os heróis estão presos num avião de carga. E com a Claire tentando livra-los, a ação começou a tomar conta novamente da trama, mas tudo foi terminado de forma abrupta, já cortando para a cena em que o avião está espatifado no chão, no episódio seguinte. E após isso, novamente a trama começa a ficar irreal.



União inesperada

O início da fuga foi bem inteligente, com basicamente 2 grupos de fugitivos, Peter e Tracy de um lado, Mohinder, Matt e Hiro de outro. A dinâmica do elenco foi muito bem aproveitada, mas o que ocorreu a seguir (a prisão de Tracy e a suposta morte de Daphne) não ajudaram em nada na trama. Para piorar a situação, Matt estava prevendo o futuro com desenhos, influenciado pelo falecido Usutu.



A ramificação de arcos

Uma outra melhora nesse volume foi a concentração da história em poucos arcos. Após a queda do avião foram basicamente 3: Os dos fugitivos, da Claire, e do Sylar. Novos foram se abrindo a medida em que outros foram se fechando, e isso ajuda muito a manter a trama bem focada, facilitando ao público acompanhar tudo o que está acontecendo. Com a esperada entrada de Bryan Fuller no episódio 19, fica claro que o rumo da série toma nova direção.


A entrada de Bryan Fuller

Bryan Fuller foi muito sincero ao dizer o que pensava a equipe de Heroes. E também confirmou que a equipe de roteiristas estava em total desespero. Era muito pressão para se manter uma série de sucesso ainda com esse mesmo sucesso. Eles estavam irritados, entrando em discordância a todo momento, o clima era muito tenso. Foi nesse ambiente que Fuller chegou e trouxe suas impressões para tentar unir novamente a equipe criativa e dar um rumo firme para a série. E como sendo alguém de fora naquele momento, sua visão da série era completamente diferente daquela concebida pelos roteiristas. Ele viu com mais clareza, assim como muitos fãs vêem, os problemas da série e o que poderia ser feito para se melhorar. Os erros que ele apontou em sua primeira entrevista após reassumir seu cargo de consultor, foram muito coesos. E como ele mesmo disse, mudar totalmente o rumo da série iria levar tempo.

Na próxima parte do Raio-X Fugitives acompanhe a análise dos principais arcos do volume.