Confira nossa tradução feita na íntegra da matéria com a entrevista feita por Michael Ausiello do E!Online.
AVISO DE SPOILER
Os fãs de Pushing Daisies provavelmente vão me atacar por dizer isso, mas algo de bom veio da morte final dessa comédia: liberou Bryan Fuller para resgatar Heroes do vilão conhecido como "Que diabos fizeram com o que um dia foi uma ótima série?!" Em sua primeira entrevista, desde que voltou a série como consultor, o roteirista-produtor-gênio por trás de horas tão aclamadas da primeira temporada, como [o episódio] "Company Man" revelou, onde tudo deu errado, o que será necessário para se fazer o certo novamente, e quem terá que ser sacrificado antes que isso possa acontecer.
Ausiello: Onde Heroes errou, na sua opinião?
Bryan Fuller: Se tornou muito densa e caiu em algumas armadilhas da ficção científica. Por exemplo, no arco de "Villains", quando você fala de fórmulas e catalisadores, tira o foco do drama. Acho que a meta para todos é a de colocar o foco de volta ao drama. Você precisa manter um foco específico; senão você não sabe com o que está lidando. Achei que o arco de "Villains" começou bem interessante, e então se tornou meio nebuloso e denso, e não consegui me conectar aos personagens para entender suas motivações. Também comecei a me sentir meio confuso sobre qual eram as habilidades das pessoas. Uma das boas coisas sobre a primeira temporada é que as metáforas sobre suas habilidades eram bem claras. Essas metáforas parecem ter se tornado complicadas nas ultimas duas temporadas. Eu compartilhei essa preocupação com todos os roteiristas da equipe. Não é como se eu estivesse chegando e dizendo "É isso o que precisa fazer pra se consertar a série!" Todos sabem o que precisa ser consertado e todos estão se voltando nessa direção.
Seu trabalho começa no episódio 19, certo?
Sim. Tive sorte de começar numa parte muito animadora da história.[Ex-co-produtor executivo] Jeph [Loeb] e Jesse [Alexander], antes de deixarem o programa, deixaram vários eventos em movimento com o arco de "Fugitives" [que começa no dia 2 de fevereiro]. É mesmo um novo começo. Todos os personagens estão de volta a suas vidas reais. Você vê Peter como um paramédico. Claire está procurando por universidades. Nos afastamos do mundo de fórmulas e da quase-magia.
Os episódios de "Fugitives" se direcionam para um 19 sólido?
Sim. Os episódios 14, 15 e 16 são incríveis. Todo o arco de "Fugitives" começa com muita força, então depois começa a ficar um pouco denso a respeito da mitologia. Então eu cheguei bem no ponto onde todos estavam se dando conta, "Oh, estamos ficando muito densos e precisamos colocar rostos nas histórias, porque não há um rosto para uma fórmula; não há um rosto para salvar o mundo." Então estamos virando este grande navio de volta a direção dos personagens, e todos na equipe de roteiristas tem esse mesmo desejo. Precisamos voltar a lidar com os personagens, pois foi aí que a história começou: Claramente, a metáfora do super-herói para a vida do dia-a-dia. Era esse o rumo que estávamos seguindo. Mas é um grande navio, então vai levar algum tempo até vira-lo por completo.
Algum plano para diminuir esse vasto elenco?
Pessoas vão morrer. E algumas vão voltar. A esposa do Matt [Janice] vai voltar. Vamos descobrir o que acontece quando você tem um super-bêbe. Também vamos contar poucas histórias por episódio. Vamos limitar a três ou quatro, com uma grande história que irá fechar as outras. Estamos alterando a estrutura do programa, então haverá claramente uma história principal que irá ocupar a maior parte do programa, ela é quem irá mover a série.
Você vê a quarta temporada como um reinício completo da série?
Não é bem um reinício, na verdade é a volta ao estado de espírito básico da série, e trazer as pessoas de volta. Não acho que o problema da série seja a respeito da seguimentação, mas sim com a densidade das histórias seguimentadas.
Você fará parte da série na próxima temporada?
Esse é o plano.
As mudanças recentes na NBC irão afetar a série?
É difícil imaginar heroes sem a [presidente da Universal Media Studios] Katherine Pope, pois ela tem sido importante para a série. Ela foi muito competente ao estabelecer o estilo e o tom da série na primeira temporada. Ela é vital na série, assim como todos os outros membros da equipe nesse momento. A contrubuição dela não pode ser subestimada. Será muito interessante ver como as coisas vão se sair.
Como é sua relação de trabalho com o criador da série Tim Kring desde o seu retorno?
Tendo sido bem positiva.
Quem tem a palavra final: você ou Tim?
Tim. Sou um consultor. Meu trabalho é ajudar a facilitar a visão da série, e a visão tem sido um pouco inconsistente. Mas "Fugitives" é uma grande mudança na maré. Acho que as pessoas que tem sido críticas a Heroes irão voltar.
Fuller com os protagonistas de Pushing Daisies, série que foi sacrificada para o bem de Heroes, mas para tristeza de seus fãs.
Fonte: Ausiello Files
Bom, até mesmo os produtores e criadores admitem que Heroes perdeu rumo, então alguns talvez devessem admitir isso para si mesmos também, em vez de cegamente defender a série. Realmente, esse foco em ficção científica ficou bobo e forçado, e, apesar de eu ter gostado da evolução de certos poderes, como o upgrade das habilidades mentais de Matt apõs o confronto com o pai na segunda temporada, outros ficaram confusos, como o poder de Sylar de "entender as coisas", e essa "fome" e posteriormente ele ter sido capaz de duplicar a habilidade de Elle sem acessar-lhe o cérebro. Na minha visão, essa "fome" é mais uma desculpa, Sylar é um assassino e pronto. Que não tentem mais mudar isso no futuro próximo, por favor.
ResponderExcluirDe qualquer forma, esses spoilers me deixam muito muito esprançosos - embora Heroes já tenha me ensinado a não criar expectativas demais. O retorno do dia-a-dia dos personagens, em seus trabalhos costumeiros e ocupações diversas retoma o espírito perdido. Chega de salvar o mundo. Chega de evitar os males do futuro. Retornemos para o ser humano. É simples e eficiente.
Falou tudo. Concordo. Finalmente um comentário decente.
ResponderExcluirMarcos Maia!