Review 4x16 - Pass/Fail

Mais um episódio regular da temporada, “Pass/Fail”. Pode ter sido aprovado pela opinião dos fãs, mas sua audiência falhou feio.


Dois estranhos conhecidos

Chegamos a um ponto na série em que já vimos de tudo. Sylar menos malvado, Claire confusa, nada disso é novo. Mas a forma como isso tudo foi orquestrado é a diferença aqui. Sylar chegando a conclusão de que não quer estar só foi terrível, algo totalmente desnecessário e sem sentido. Só que a partir desse ponto, conseguiram construir algo interessante. Sylar avaliando sua vida, se comparando com Claire e a fazendo perceber que seu poder não era o que a definia. De forma ainda fria e calculista, como ele deve ser. Ainda não se esqueceram que ele é um psicopata. Só se esqueceram que psicopatas geralmente não tem problemas em viverem sozinhos. Mas vamos ver aonde isso vai dar (além da cada do Matt).

Avaliando o Sylar da primeira temporada, aquele que quis agradar a mãe e a matou meio que “sem querer querendo”, poderia se encaixar nesse perfil. O que estragou a trajetória do vilão até agora foi quando decidiram criar um boato de que ele era filho dos Petrellis. E depois dele tentando ser um “homem bom”. Apague isso da trajetória, pegue o Sylar da primeira temporada, depois aquele que Elle e Bennet viram antes de se tornar o “monstro” e pronto, tudo faz sentido. Ás vezes acho que seria mais útil o Hiro voltar ao tempo na explosão de NY e recomeçar a contar a história dali. Eu sinceramente não ficaria revoltada ou chateada com Tim Kring por fazer isso.

Agora avaliando o que houve com Claire. De certa forma o que Sylar disse foi um certo tapa na cara da líder de torcida. Era o “tranco” que faltava para que Claire parasse de reclamar da vida e começar a aproveitar algo. O lance de Sylar ficar no lugar da Gretchen foi uma boa sacada. E ele ainda não fez mal algum a ela. Comecei a me lembrar do Dexter (o serial killer do canal Showtime) quando Claire falou que ele era um psicopata. E até que Sylar poderia ser uma espécie de Dexter na série, só que bem mais egoísta. Sem sair matando à toa, tendo um propósito maior. Quem sabe o personagem pode ser salvo depois de tantas mudanças?


Samuel a todo vapor

Se o plano principal de Samuel era conquistar Vanessa, ainda acho isso muito mal explicado. A morte de Joseph apontava para um caminho completamente diferente. Do nada aparece essa senhora como sendo o grande amor da vida de Samuel e propósito real de seu plano de unir pessoas poderes. Para construir a casa ideal? Tá na cara que mudaram de idéia no meio do caminho. E agora Peter pode ser um novo líder? Toda essa história do Carnival está mais furada do que papo de político corrupto. E mais uma vez ele move o chão, mas agora destruindo quase que toda uma cidade. Mais alguém lembrou do Haiti naquele momento? Cena dispensável.
Agora ele vai mesmo querer destruir o mundo com seu poder elevado no máximo possível.


O julgamento de Hiro

Acho que todos sabíamos que ele não ia morrer. Até porque, se matar o Hiro, mata a série. O tumor marca um momento crucial na vida dele e o julgamento serviu pra avaliar tudo o que ele fez com suas viagens no tempo. Qual a função disso? Várias: Banir mais uma vez as viagens no tempo por ser algo perigoso e que pode estragar a história da série num piscar de olhos; fazer Hiro avaliar suas prioridades como herói; fazer Hiro amadurecer e quem sabe se tornar aquele herói mais sério que veio do futuro; trazer de volta à tela Takezo e Adam. E por aí vai.

Ando também volta a ter importância mais uma vez. O que me leva de volta a aquela suspeita de que algo mudou drasticamente no rumo dessa temporada. Tudo bem que Hiro deveria corrigir seus erros pessoalmente, mas deixar Ando de lado por tanto tempo foi mesmo estranho. Sem contar de como afundaram a vingança da Tracy e a tornaram na nova indecisa do momento, “eu quero fazer o bem, assim do nada decidi”. E já não é de hoje que a equipe criativa da série muda o rumo da história no meio da temporada, sem perceber que esse é um dos piores erros que poderiam cometer.